No dia 30 de janeiro, no Brasil, se comemora o ‘Dia da Saudade’.
Segundo o dicionário, resumidamente, ‘saudade’ é um substantivo feminino que denota sentimento nostálgico causado pela ausência de algo, de alguém ou de algum lugar.
Segundo a Wikipédia, é uma das palavras mais presentes na poesia de amor da língua portuguesa e também na música popular, que denota a mistura dos sentimentos de perda, falta, distância e amor.
Etimologicamente, a palavra vem do latim – solitatem (solidão), passando pelo galego-português – soidade, o que deu origem às formas arcaicas "soidade" e "soudade", que sob influência de "saúde" e "saudar" deram origem à palavra atual.
Saudade, enfim, é inerente ao ser humano, um sentimento bastante familiar e comum, inclusive no cotidiano das pessoas.
O que não era comum, e podemos dizer até inimaginável, é que, um dia, sentiríamos saudade de um abraço, de um toque de mãos, da presença física, do ver o olhar do outro para o nosso, de estar entre amigos, mas não em relação àqueles que já partiram, que se mudaram de cidade, de país, ou que por diversas circunstâncias possíveis não mais participam do nosso convívio, e sim em relação aos bem próximos, dos que convivem conosco, inclusive diariamente.
Por conta da pandemia que nos assombra, hoje temos saudade de abraçar os pais, os avós, os filhos, os irmãos, de tocar os parentes, os amigos, de nos reunir, de poder levar um pedaço de bolo pro vizinho, de estar tão próximo do outro a ponto de nos vermos dentro dos seus olhos... Saudade do que tínhamos e não usufruíamos o suficiente e, por vezes, desprezávamos por razões banais.
Geralmente não damos valor e importância para o que temos fácil, ou o que rotineiramente nos é comum. Essa pandemia, apesar das tristes consequências que está deixando, trouxe também lições. Que saibamos aproveitá-las e nos tornar melhores. Melhores como filhos, como pais, como irmãos, como amigos, como vizinhos, como seres humanos, para que no futuro, seja qual for a razão, não precisemos deixar de ter algo para descobrir seu valor.
“Saudade é a lembrança de se haver gozado em tempos passados, que não voltam mais; a pena de não gozar no presente, ou de só gozar na lembrança; e o desejo e a esperança de no futuro tornar ao estado antigo de felicidade.” (Carolina Michaëlis, ‘A Saudade Portuguesa’).
Texto de Luciana Zumpano
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