top of page

Setembro Amarelo: O triste motivo pelo qual a cor foi escolhida.

Atualizado: 8 de dez. de 2021

Em 1994, uma morte chocou os Estados Unidos, dando início a maior campanha de prevenção do suicídio

ALANA SOUSA PUBLICADO EM 01/09/2020, ÀS 17H00

Imagem meramente ilustrativa de um Mustang Amarelo - Divlgação/Pixabay


No Brasil, em 2016, a Organização Mundial da Saúde (OMS) contabilizou 6,1 suicídios a cada 100 mil habitantes. Isso significa que a cada 45 minutos alguém tira a própria vida no país. Uma estatística alarmante, pois esses números continuam crescendo, principalmente entre a faixa etária de 15 a 29 anos.

Para reverter essa situação, o debate em torno do tema e campanhas para incentivar que pessoas com tendências suicidas e transtornos mentais busquem ajuda são essenciais. Hoje começa o que é conhecido como o mês mundial de prevenção ao suicídio: o Setembro Amarelo.

Desde 2015, quando a campanha foi instaurada no Brasil pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), do Conselho Federal de Medicina (CFM), e pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), os esforços são direcionados para ajudar aqueles que sofrem com doenças psicológicas.

Quando a OMS escolheu a cor amarela para representar a luta contra o suicídio, muitos pensaram que fora uma escolha aleatória. Mas, pelo contrário, a decisão foi inspirada em uma história trágica da década de 1990 que serviu para motivar pessoas de todos os lugares do mundo a pedirem ajuda.

Símbolo do Setembro Amarelo / Crédito: Divulgação

SETEMBRO AMARELO


A história real que inspirou a cor amarela como símbolo da prevenção do suicídio envolve Mike Emme, um jovem que morava em Westminster, no Colorado, Estados Unidos. O rapaz era conhecido como Mustang Mike, pois havia comprado um modelo antigo do automóvel Ford Mustang, e trabalhou sem parar até recuperá-lo por completo; no fim, o pintou de amarelo, criando assim seu apelido.

Mike era apaixonado por seu carro e amado por seus amigos e família. Todos o viam como um garoto entusiasmado com a vida, engraçado e caridoso. Ninguém poderia imaginar o que ele, verdadeiramente, estava passando.

No dia 8 setembro de 1994, às 23:52 da noite, seus pais chegaram em casa e se depararam com uma cena que mudaria a vida de todos para sempre. Mike Emme estava morto dentro de seu tão amado mustang amarelo, em decorrência de um tiro. Ao seu lado um triste bilhete: “Mãe, pai, não se culpem. Eu amo vocês. Com amor, Mike. 11:45 pm”.

Os pais, Dale e Darlene Emme, ficaram devastados. E se perguntaram: se tivessem chegado sete minutos antes poderiam ter evitado essa tragédia? Esse questionamento motivou o casal a incentivar outros jovens que estivessem passando por problemas semelhantes a procurarem ajuda. Para isso, planejaram um detalhe especial para o dia do enterro do filho, que partira com apenas 17 anos.

Peça ajuda!

No sepultamento do garoto, seus amigos e parentes levaram uma grande cesta: nela havia centenas de cartões e cada um estava preso a uma fita amarela — em homenagem ao carro de Mike e sua memória. Nos papéis uma mensagem simples: “Se você precisar, peça ajuda”.

Cartões disponibilizados no site oficial da organização / Crédito: Divulgação/Yellow Ribbon Suicide Preventuon Program

Ao final da cerimônia todos os bilhetes haviam sido entregues e, para a surpresa da família Emme, dias depois, ligações de todos os lugares começaram a chegar. Pessoas pedindo apoio e confessando seus problemas e medos. Foi quando a ideia de uma organização surgiu: a Yellow Ribbon (Fita Amarela, em tradução livre). Uma entidade sem fins lucrativos que promovem a conscientização de doenças que ainda são tratadas como tabu.

Nos últimos 25 anos, foram entregues quase 20 milhões de cartões, segundo a própria instituição, conseguindo, assim, salvar 114 mil vidas. O movimento que começou tragicamente com a perda de um jovem promissor hoje faz a diferença no mundo e busca mostrar que toda vida vale a pena.



 Se você precisa de ajuda, ligue para o Centro de Valorização da Vida pelo telefone 188 ou procure-os na internet. Peça ajuda para a sua família, amigos, em alguma ONG da sua cidade ou onde você se sente confortável em conversar. Você não está sozinho.



66 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page