As condições de vida social e pessoal que estamos vivendo desde março deste ano são completamente novas. Verdadeiro e evidente que nunca passamos por tantas perdas, tantas restrições na mobilidade e no intercâmbio coletivo como neste tempo.
Verdade também que a pandemia atinge as pessoas de diferentes formas. Há aqueles que não se sentem tão duramente prejudicados; entretanto, há outros que foram duramente abalados com perda do emprego, queda na renda, no próprio sustento, na qualidade de vida, ou luto por morte de parentes.
Estudantes representam uma camada social fortemente prejudicada. Pense naquele estudante que se encontrava em etapa final de conclusão do curso, impedido de realizar seus planos, seus projetos, e alcançar vitórias. Imagine crianças presas em casa, privadas do convívio com colegas e professores, bloqueadas nos seus arroubos de imaginação e criatividade.
Inevitável vivenciar tristeza e ansiedade porque ainda não se sabe o pior que poderá acontecer. A situação atual é marcada por dúvidas e desconhecimento, perceptível até mesmo presente nas autoridades ligadas à Medicina.
Portanto, é preciso distinguir angústia, sentimentos de pesar, sofrimento psíquico, separando-os da real depressão.
A real depressão envolve um estado mental de profundo desânimo e descrença na possibilidade de recuperação do fracasso. Vem acompanhada de sentimentos de culpa por atos efetivamente praticados, ou até mesmo por atos imaginados, que nunca ocorreram de fato. Aí se configura um estado verdadeiramente depressivo, que certamente tem raízes mais profundas e anteriores à pandemia.
O coronavírus e a CoviD-19 não podem ser acusados de todo o mal que nos atinge!
Já tínhamos uma vida em curso, e nela acumulamos várias cargas emocionais negativas. A pandemia pode estar sendo apenas o fator disparador da real depressão que estava latente, disfarçada, ou reprimida.
Felizmente, muitos recursos têm sido apresentados para lidar com estados mentais depressivos. Atividades artísticas, esportivas, até culinárias, vêm sendo incentivadas como forma de se desviar do rumo deletério das más notícias e das ocorrências dolorosas. Informações cheias de contradições são veiculadas. Não há tábua de salvação comprovada!
Manter a saúde mental é necessário, até mesmo obrigatório. A pintura, a música, a escrita são excelentes refúgios para uma alma cansada ou... desesperada. Pintar, desenhar qualquer figura, escrever o que está sentindo, até mesmo num papel velho ou rasgado, tocar aquele instrumento esquecido, ouvir música, assistir a lives, filmes, significa aproveitar o que existe de bom ao nosso alcance neste mundo.
E, claro, se muito triste e deprimido, procurar ajuda do profissional de saúde mental.
Desesperar? Jamais!
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